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domingo, 11 de outubro de 2015

EDUCANDO CRIANÇAS

A criança que nós fomos é o adulto que nós somos.

      Pode ser que, ao longo da vida, tenhamos esculpido uma personalidade diferente daquela erigida em nossos primeiros anos. Admitamos, porém, que as mudanças tendem a ser poucas, até porque não sabemos plenamente como éramos. Não lembramos de tudo. (Ainda bem!)
       Se aceitamos que o que somos hoje vem em grande parte daquilo que fomos, isto não nos absolve de algumas práticas em nós das quais não gostamos ou não gostam aqueles que convivem conosco. Nossa infância não pode ser um álibi, nas costas de quem colocamos todos os nossos eventuais desvios.
       Se aceitamos o papel modelador de nossa infância, somos capazes de nos entender melhor e até mesmo compreender um pouco melhor aqueles que nos cercam.
       Se aceitamos o poder duradouro da infância, devemos refletir sobre as atitudes que hoje, adultos, temos com as crianças.
       Os pais devem ter em mente que a infância não é apenas um tempo de brincar e estudar, mas também um tempo de esculpir um jeito de ser, para a qual a maior ferramenta nesta arquitetura é o afeto. As coisas, mesmo as que faltam, são esquecidas. O amor ou o desamor é para sempre.
       Os adultos, em torno dos quais orbitam as crianças, em casa, na escola, na igreja e na rua, devem prestar atenção aos seus próprios gestos, gestos que poderão ser determinantes nas vidas de crianças. Não se trata de abrir mão do ensino e da orientação. Trata-se de agir, por meio de palavras e ações, de modo a considerar os efeitos presentes e futuros. Não somos perfeitos, como as crianças não são, mas devemos ser mais maduros que elas.
       Quantos adultos hoje têm hoje horror a participar de uma igreja e até mesmo a formar uma família pelos estúpidos puxões-de-orelha que não compreenderam (e nem deviam compreender) no passado. (Neste quesito, cada um de nós tem uma história para contar, uma felizes e outras que gostaríamos de esquecer, mas não conseguimos).
       Sem dúvida, ainda não entendemos tudo o que Jesus quis dizer, quando pregou: "Deixem vir a mim as crianças".

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