Porto Alegre, RS, 07 de agosto de 2018
A POSIÇÃO DA IELB SOBRE O ABORTO
Visto
que o aborto foi levado ao Supremo Tribunal Federal e ali foi discutido em
audiência pública, líderes de igrejas também se manifestaram. Alguns colocaram
sua posição contrária ao aborto, outros, porém, colocaram-se a favor.
Diante
disso, também a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) foi questionada a
respeito. Em resposta, evidentemente, não é possível dar um longo parecer. No
entanto, trazemos, de forma resumida, a posição da IELB.
Em primeiro lugar, a IELB chama atenção
para o fato de que julgamentos feitos por cortes judiciais, inclusive pelo
Supremo Tribunal Federal, sobre a legalidade ou ilegalidade de ações das
pessoas, não resolvem assuntos morais e não são determinativos para a
consciência cristã.
Em segundo lugar, quanto ao aborto,
evidentemente, ocorrem abortos espontâneos e inevitáveis, que se equiparam à
morte de uma pessoa. Agora, quanto a abortos provocados, a posição da IELB é
esta: Visto que o aborto provocado implica em tirar uma vida humana, ele não é
uma opção moral viável, a não ser que se trate de um infeliz e inevitável
procedimento médico necessário para evitar a morte de outro ser humano, a
saber, da mãe. Se não houver esta infeliz e inevitável necessidade de escolha
entre duas vidas, o aborto provocado se equivale ao assassinato, pois
claramente é uma desobediência aberta ao quinto mandamento, dado por Deus, que
diz: “Não mate” (Êxodo 20.13). Isto, porque, do ponto de vista bíblico, o
embrião humano já é um ser humano, conforme Davi, inspirado pelo Espírito
Santo, claramente confessa no Salmo 139.13-16 (NAA): Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no ventre de minha mãe.
Graças te dou, visto que de modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as
tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não
te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas
profundezas da terra. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e
no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e
determinado, quando nem um deles ainda existia.
Além de o aborto provocado ser uma séria
ofensa contra o quinto mandamento, ele também é ofensa contra o primeiro
mandamento, em que Deus diz: “Não tenha outros deuses diante de mim” (Êxodo
20.3). Pois a ação de abortar claramente é manifestar rejeição de honrar a Deus
como o Criador e de buscá-lo acima de tudo em tempos de necessidade.
Assim,
isso se encaixa naquilo que diz o apóstolo Paulo, em Romanos 1.32: “Embora conheçam a sentença de Deus, de que
os que praticam tais coisas são passíveis de morte, eles não somente as fazem,
mas também aprovam os que as praticam”. Portanto,
em consonância com o ensinamento bíblico, a IELB é contrária à prática do
aborto provocado de forma indiscriminada.
Atenciosamente,
Rev. Dr. Rudi Zimmer
Presidente da IELB
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