SBB

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

SUICÍDIO DE PASTORES


Suicídio de pastores aumentando.
Leia, pense e ore.
"Por isso resolvi escrever um pouco sobre os bastidores do ministério pastoral. Acho que ajuda a igreja como um todo a ajudar quem entrou de coração e cabeça nesse chamado.
**Acredite, nós trabalhamos**
Quantas vezes não ouvimos a pergunta: "mas você é só pastor?" - mesmo de que forma inocente? Ainda há no imaginário das pessoas aquela ideia de que fazemos rapidamente o sermão de domingo, fazemos 1 ou 2 visitas e pronto, nossa semana acabou. Não é que necessitemos da valorização, mas você há de convir que brincadeirinhas com a suposta vida mansa que levamos depreciam o que fazemos.
**Nos envolvemos emocionalmente com as pessoas e seus dramas**
Ainda que tenhamos uma vasta bagagem, que nos permita um certo distanciamento esse envolvimento acontece. A consequência: o coração fica exposto. E o mesmo coração que se alegra pq vê o progresso do evangelho nas pessoas também sangra pela dor de ver aqueles que se afastam de Jesus.
**As vezes somos descartados com uma certa facilidade**
A danosa mentalidade de consumo da igreja evangélica é dolorosa. Aquele que caminhou ao seu lado, que você tratou do casamento, aconselhou, ensinou o evangelho troca de igreja e de pastor pq viu na esquina uma igreja com uma banda melhor, "mais avivada", "com mais luzes" ou sei lá o que. Eu sei que não devemos esperar nada em troca, mas lembre, somos gente...a gente se fere por essa descartabilidade sim.
**Nossos erros são difíceis de serem perdoados**
A função é muito relacional e isso aumenta a intensidade da ferida para ambas as partes. Quando erramos não é um erro estratégico operacional do tipo "você trouxe prejuízo para empresa". É do tipo "vc ME decepcionou" e esse traz uma carga mais difícil de ser digerida.
**Somos comparados ao pior tipo de gente**
O clássico: "Você trabalha com o que?" e você responde "Bom..eu sou pastor". Veja bem, temos um santo orgulho do que fazemos! Mas é ruim quando a primeira imagem que vem quando nos identificamos é a de um charlatão, pouco estudado, querendo dinheiro das pessoas.
**Nossas igrejas não são ricas e são pouco estruturadas**
Lembro de uma vez que um amigo norte-americano me perguntou quantas pessoas eu tinha no meu staff pago. Eu ri, apontei pro meu celular e disse "A siri". Ele citou de púlpito isso como se eu fosse um herói! Não sou herói - eu sou a regra. A maioria das igrejas conta com poucos recursos, nenhuma ou quase nenhuma pessoa paga de tempo integral/parcial e um voluntariado cheio de amor por Jesus mas nem sempre com tempo.. e muita muita muita demanda de trabalho.
**Há poucos excelentes pregadores**
E não somos eles...sem falsa humildade...Mas eles, graças a Deus, estão aí falando de Jesus com graça, prendendo a atenção das pessoas. Isso é bom. Muito bom! O lance é que na maioria das vezes a pregação mesmo fiel a Bíblia não é tão impactante assim e aí começa o lado ruim dessa história.. a comparação que é feita pra ferir...
**Transitamos entre o ser família e ser uma organização**
Dizem: A igreja está muito "empresa" ou "Lá o clima é bom, mas falta organização"
Liderar esse corpo que quando se relaciona parece uma família e quando executa faz com excelência não é tarefa fácil.
**Trabalhamos no contrafluxo do trabalho**
Feriado, fim de semana, antes das 09h e depois das 18h são os horários mais cheios. Quando não conseguimos nos organizar em função disso caímos numa armadilha difícil.
**Somos o prato preferido de muitas conversas**
A gente sabe....a gente sabe...
Muito mimimi? Amargura? Perdão. Amo..amo...amo...amo o que eu faço. Mas hoje quis expor um outro lado só pra lembrar que somos gente..nos ferimos...erramos..precisamos da graça de Deus e do ombro e compreensão dos irmãos."
Texto de Felipe Telles.

0 comentários:

Postar um comentário