Jo 6.51-69
Tema: TAMBÉM QUEREIS VÓS RETIRAR-VOS? Como é difícil ensinar coisas espirituais para quem só pensa e sabe das coisas materiais.
Jesus estava ensinando as pessoas de como
é importante se alimentar espiritualmente, a fim de compreender os planos de
Deus, deixados para nós por meio da sua Palavra. Usou uma parábola sobre o
alimentar-se do corpo e sangue de Jesus. É óbvio que isto não poderia ser feito
de maneira natural, e sim espiritual.
Quando Jesus termina o seu ensino, a
maioria dos ouvintes diz: “Duro é este discurso; quem o
pode ouvir”. E o apóstolo João descreve o resultado dessa
incredulidade: “À vista disso, muitos
dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele. Então, perguntou
Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos ?
Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da
vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus.” João
6:66-69.
Muitos dos discípulos de Jesus O
abandonaram depois de ouvir o seu discurso sobre o “pão da vida”. Diziam entre
si: “Duro é este discurso; quem o pode
ouvir?”
Mas Jesus, mesmo assim, fez uma inusitada e perturbadora pergunta
aos poucos que permaneceram com ele: “Porventura, quereis também vós
outros retirar-vos?”
Pergunta ousada, essa de Jesus. Ao invés
de suplicar a permanência dos remanescentes, Ele os estimulou a tomar uma posição.
Jesus não os mandou embora, porém solicitou que expressassem suas inclinações.
Ele os confrontou.
O vocês, estão dispostos a continuar
seguindo Jesus, ou estão mais dispostos a abandoná-lo?
O que se percebe hoje, em muitas igrejas,
é uma situação inversa. ... É como se o
evangelho fosse uma necessidade de Deus e não dos homens e mulheres. É como
se Deus precisasse de nós e não nós de Deus.
Neste texto, ao invés de mostrar-se
carente de suas companhias, vemos Jesus lançando o desafio da desistência, colocando-os em cheque. Jesus não fez ajustes em sua pregação, para tornar-se
agradável ou aceitável aos seus ouvintes. Para tornar seu sermão
mais leve aos ouvidos dos seus seguidores. Ele simplesmente disse a verdade
sobre a sua vinda a este mundo. Ele veio
para dar a sua vida em resgate da humanidade pecadora. Jesus não veio para dar
pão e peixe de graça para quem o segue.
No
afã do crescimento numérico rápido, muitas igrejas em nossa geração correm o
grande risco de baratear o evangelho e tornar insignificantes os princípios
absolutos da Palavra de Deus, de tal forma, para torná-la atraente, agradável
aos seus ouvintes. Pecado e perdão são duas
palavras que já foram banidas de muitas denominações que se dizem cristãs.
Jesus não procede assim.
A missão que Jesus nos deixou, é que
devemos ensinar as pessoas em nome de Jesus, segundo a Palavra de Deus, de
tal maneira que elas tenham firmeza na fé e perseverem com Cristo. Contudo, não podemos baratear a graça, que, mesmo sendo de
graça, por sua própria natureza exige compromisso.
Não podemos afrouxar os princípios da
Palavra de Deus, pois o evangelho é o que é, e “ai de quem tirar um i ou um til da minha palavra”
disse Jesus.
Talvez, no coração de um discípulo como
Judas Iscariotes, pudesse ter passado naquele momento o pensamento de que,
daquela hora em diante, o grande líder Jesus, agora enfraquecido
pela debandada de tantos seguidores, dependeria da permanência dos
mais chegados para a concretização dos seus propósitos. No entanto, ao invés de implorar apoio, Jesus os desafiou à
desistência.
Obviamente, Jesus não pretendia
estimulá-los a desistirem do evangelho. Porém, o Senhor queria ao seu
lado discípulos firmes, convictos, seguros quanto à decisão de seguí-lo.
Esse desafio do Senhor Jesus deve ecoar ainda hoje no nosso coração.
Como na Páscoa, quem quiser se alimentar
do Cordeiro de Deus tem que se alimentar do Cordeiro todo. Nos dias que
antecederam a saída dos judeus do Egito em direção à terra prometida, Deus ordenou a morte de cordeiros, cujo sangue seria passado
na verga das portas das casas, como resgate pela vida dos primogênitos
abrigados em seus interiores.
Ordenou também que o
cordeiro fosse comido pela família no jantar, e que, sendo esta composta por um
pequeno número de membros, que se ajuntasse a outra para o banquete, se fosse o
caso de o cordeiro ser grande de mais para a família, pois o cordeiro tinha que
ser comido todo, dele nada poderia sobrar, nem mesmo as partes como pelego,
tripas e ossos que deveriam ser totalmente queimados. Também com Cristo, o cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo, deve ser assim. Quem se alimenta de Cristo, precisa
digerí-LO todo. Isto é: abraçamos o evangelho como ele é, ou não há evangelho. Aceitamos e obedecemos o que
gostamos, e aceitamos e obedecemos o que não gostamos da sua Palavra.
Outro aspecto singular do texto
é a determinação do apóstolo Pedro. Como resposta à indagação de
Jesus, Pedro disse: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós
temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus.”
O apóstolo, antes empresário no ramo da
pesca, tinha aplicado tudo em Cristo. Se,
daquela hora em diante, o Senhor dissesse que tudo tinha sido inútil, em vão ou
falso, Pedro estaria em completa derrota. Afinal, ele tinha abandonado
tudo por causa de Jesus. “Para quem iremos?” Essa não foi a
pergunta de quem procura, mas a indagação retórica de quem já encontrou e não
quer perder.
Assim é para o verdadeiro discípulo de
Jesus. Tudo está aplicado em Cristo. A vida depende inteiramente de Jesus. Tudo
está nas mãos dele e sem ele a vida perde completamente o sentido, não há outro
a quem se possa dirigir.
“Para
quem iremos?” Só Jesus tem as palavras da vida eterna. Só Jesus é a
vida eterna, por isso o discípulo de Jesus jamais o abandona, independentemente
das circunstâncias ou das dificuldades que esse discípulo tenha a enfrentar.
“Para
quem iremos?” Jesus é de fato o pão que desceu do céu. O alimento
espiritual para a salvação da nossa vida.
“Para quem iremos?” O cristão que
faz diferença, é aquele que não tem opção de vida fora de Jesus.
“Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da
vida eterna. Por isso, nós
vamos te seguir todos os dias da nossa vida. Amém.
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