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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

REFLEXÃO

O que fazer diante da violência?
      Na quinta-feira passada foi a vez do meu amigo e colega Augusto Riss, de fazer parte de uma terrível estatística. Foi assassinado brutalmente à pauladas. Pastor na cidade de São Paulo, aproveitava as férias na casa da irmã em Umuarama, Paraná. Foi caminhar pela cidade depois do almoço. Deve ter pensado: Que bom fugir um pouco da violência de São Paulo e desfrutar o sossego aqui nesta pequena cidade. Triste engano! Devem ter matado o Augusto po...
rque não tinha dinheiro no bolso ou algo de valor para negociar em troca da sua vida. Uma pessoa gentil que anunciava o amor ao próximo, a paz entre as pessoas, o respeito à vida. Não foi diferente com o seu Salvador, que do alto da cruz olhou para o céu e rogou: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem!
      Essa é a provocação diante da violência: saber o que fazer e perdoar. É claro que isso não exclui a justiça humana nem a divina. Mas, quando ninguém sabe mais o que fazer, é preciso esfriar a cabeça e agir com sabedoria. Não essa sabedoria de que fala Tiago em sua carta bíblica, ao tratar do ódio e da vingança: “Essa espécie de sabedoria não vem do céu, ela é desse mundo, é da nossa natureza humana, é diabólica (...) A sabedoria que vem do céu é antes de tudo pura, e é também pacífica, bondosa e amigável”. Por isso os extremismos ideológicos, da esquerda e da direita, que defende os direitos humanos de uma forma injusta e hipócrita, ou que levanta muros, prega a justiça do olho por olho, dente por dente. A sabedoria que vem do céu não é radical, extremista, fanática, mas “é cheia de misericórdia, produz uma colheita de boas ações, não trata os outros pela sua aparência e é livre de fingimento” (Tiago 3.17).
      Está na cara que essa inteligência de saber o que fazer diante da violência, só mesmo do céu. Não de outro planeta com vida inteligente, mas desse céu que o Augusto anunciava. Tempos atrás ele me visitou em Novo Hamburgo, quando era pastor em Boston, EUA. Trouxe junto um casal de americanos cegos que o guiou por um passeio no Brasil. Sim, precisamos de outros Augustos que nos guiem com sabedoria por esse mundo cada vez mais agressivo.
Marcos Schmidt
marcos.ielb@gmail.com

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