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quinta-feira, 13 de abril de 2017

ARTIGO PARA REFLEXÃO

      O Filho do homem vai como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por intermédio de quem o Filho do homem está sento traído! Melhor lhe fora não haver nascido! (Mt 26.24).
         Quero me deter um pouco neste episódio da traição de Judas, melhor de Pedro e de Judas. Confesso que cada vez que me defronto com este texto, estremeço. Dou graças a Deus por me ter conservado até aqui e suplique que por sua graça me conserve fiel na fé até ao fim. Quando ainda estudante de teologia, fui visitar com mais dois colegas um pastor idoso acamado. Ele nos disse: “Vocês nem imaginam quanto trabalho o diabo me dá ainda na velhice”. Na hora, nem compreendemos bem esta afirmação, mas ao longo da vida sentimos sua realidade.
       Na quinta-feira santa, ao Jesus voltar de Betânia a Jerusalém, Jesus enviou dois de seus discípulos para prepararem a páscoa. Matar uma ovelha, preparar a carne, preparar os pães sem fermento, providenciar vinho e demais ingredientes para poderem celebrar a páscoa conforme a lei. Sentados à mesa, Jesus de repente disse: “Em verdade vos digo que em dentre vos me trairá”. Isto caiu como uma bomba no meio deles. Assustados, chocados, tristes, como que pedindo socorro um por um disse a Jesus: Mestre: Porventura sou eu? O apóstolo João estava sentado perto de Jesus. Pedro, ao lado de João, sussurrou a ele. João, pergunta a Jesus: Quem é? E João perguntou a Jesus. Respondeu-lhe Jesus: É aquele a quem eu der o pedaço de pão, e, tendo-o molhado, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. João ainda acrescenta: E, após o bocado, imediatamente entrou nele Satanás (João 13.23-27). Pouco depois, após ter instituído a Santa Ceia, Jesus advertiu todos os apóstolos e especialmente o apóstolo Pedro (Marcos 14.27-31).
       Quem era Judas e quem era Pedro? Ambos, tendo ouvido a respeito de Jesus, foram ouvi-lo e o seguiram. Jesus os escolheu para serem discípulos. Eram homens de fé, cheios do Espírito Santo. Foram enviados por Jesus para pregar. Voltaram entusiasmados, dizendo: Até os demônios se nos submeteram (Mc 6.13). Eles, também Judas, confessaram com Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 15.16). E vejam, Satanás não tentou arruinar somente o plano da salvação, mas também arruinar os discípulos. Jesus viu isso claramente, por isso lemos em João: Ditas estas coisas, angustiou-se Jesus em espírito e afirmou: Em verdade, em verdade vos digo que um dentre vós me trairá (Jo 13.21). Jesus sabia que sua luta era simplesmente contra o ódio dos judeus ou a crueldade dos romanos. Eles eram instrumentos de satanás. Sua luta era contra as potestades e principados deste mundo (Efésios 6.12).
       Como foi possível enganar a Judas. Isto, apesar de ser uma realidade, é incompreensível para nós. João observa que, quando Maria ungiu Jesus com um precioso balsamo em Betânia, Judas fez a seguinte observação: “Porque este desperdício. Este balsamo poderia ser vendido por alto preço e ofertado aos pobres. O João observa? “Ele não disse isso porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão, e tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava” (Jo 12.6).
       Satanás procura ocasiões especiais para tentar as pessoas, quer na família, na vida profissional ou nos momentos de recreação, etc. Importar estarmos sempre atentos. “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” (Lc 22.40). O que será que passou na cabeça de Judas? Não sabemos. Podemos talvez imaginar o seguinte: Tentado pela oferta dos fariseus, que ofereceram dinheiro a quem indicasse onde Jesus está. Judas pensou: É minha oportunidade. Já tentaram prender Jesus várias vezes. Não conseguiram. Vou dizer onde ele está. Eles não vão conseguir prendê-lo. E eu tenho o dinheiro. Depois peço desculpas a Jesus. Mas quando viu que Jesus não se libertou, sua consciência acordou. Ele se arrependeu. Arrependeu mesmo: Reconheceu seu pecado, chorou sobre o seu pecado, confessou seu pecado, atirou o dinheiro ganho no templo. Mas, arrependimento, como reconhecimento do erro, não salva ninguém. O que salva é a graça de Cristo e o apego a esta graça pela fé. O pecado de Pedro não foi menor. Pedro, quando ouviu o galo cantar, lembrou a admoestação de Jesus. Chorou amargamente. Jesus, ao ser conduzido para uma outra sala, olhou graciosamente a Pedro. Pedro lembrou o amor de Jesus. O evangelho o reergue. O apóstolo escreve; Sede sóbrios e vigilantes. O diabo vosso adversário, anda em derredo , como leão que ruge, procurando alguém para devorar, resisti-lhe firmes na fé,. ... Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. A ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém (1 Pe 5.8-11). Que Deus, pela graça de Cristo, nos conserve a todos fiéis até ao fim.
Horst Kuchembecker

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