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quinta-feira, 4 de abril de 2019

PAIXÃO DE CRISTO


V - O CALVÁRIO
Mateus 27.33-53
Marcos 15.22-38;
Lucas 23.32-46
João 19.18-30

     Chegando ao Gólgota, os três condenados foram pregados na cruz e erguidos. Não vale a pena dar ouvidos às muitas especulações humanas sobre a crucificação. Os textos bíblicos são claros. A crucificação era algo horrível. 
Holy Week Processions Are Held Across Spain : Fotografia de notícias
Os crucificados ficavam, por vezes, horas berrando de dor. Amaldiçoavam a Deus, a si próprios e a seus algozes. Jesus, o Filho de Deus, sofreu calado. E, ao abrir de repente sua boca, eis que dela brotou uma oração: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (Lc 23.34).” Isto é, não castigues a meus inimigos agora. Concede-lhes, graciosamente, mais um tempo para arrependimento. Estão cegos pelo ódio. Não sabem o que fazem. Talvez, mais tarde, reconheçam seus erros, se arrependam e vivam. 
     Ainda hoje essa oração nos beneficia. O que seria de nós, se Deus nos castigasse de imediato toda vez em que nos surpreende em pecados. “Ó Senhor, tem compaixão de nós.”

      Densas trevas...
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    Ao meio dia, densa escuridão envolveu toda a terra. A natureza encobriu seu rosto diante do profundo sofrimento de seu Criador. No fim das três horas de trevas, Jesus exclamou: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste (Mt 27.46)?” Um brado terrível das profundezas do inferno! Mesmo assim, não é uma exclamação de desespero, nem de queixa, antes uma confissão daquilo que estava lhe acontecendo. Esta frase é profundo consolo para todos nós. “Por que me desamparaste?” Quantas vezes exclamações idênticas subiram aos céus e ecoam ainda hoje neste mundo. A causa de tudo isto é uma só: O pecado. Os homens abandonaram a Deus e não Deus aos homens. Deus diz pelo profeta: “A mão de nosso Deus ... e a sua ira é contra todos os que o abandonam” (Ed 8.22; Is 59.2). 
     E para nos abrir o caminho de volta para o Pai e remover o pecado, Jesus, o Filho de Deus, como substituto de toda a humanidade, sofreu a ira de Deus e reconciliou o mundo com Deus (2 Co 5.19,20; Jo 3.16). Aqui ele sofre o que palavras humanas não podem expressar. Ele sofre em sua alma santa os horrores do inferno. Tão cruel é o pecado. Tão santa a justiça de Deus. Tão imenso o amor de Deus em seu Filho Jesus. Lutero, ao meditar sobre estas palavras, exclamou: “Deus por Deus desamparado, quem o compreenderá?” Sim, “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). O significado do verbo “deu”, aqui é: Deus o entregou por nós aos sofrimentos do inferno.
      Jesus sofreu voluntariamente para que ninguém mais fosse abandonado por Deus (Ez 18.32; Jo 3.16-19), exceto aqueles que rejeitam o amor de Cristo. Porque “o que não crê, já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3.18). Os cristãos, mesmo enfrentando situações de dor, exclamam por vezes: Meu Deus, por quê? Mas são confortados pelo Espírito Santo e se consolam com a graça de Cristo. Dizemos com o apóstolo Paulo: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? ... Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8.35-37). Sabemos que Deus Pai está ao nosso lado com todo o consolo e poder.

Está consumado...
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      Finalmente soou na cruz o brado de vitória. Vendo Jesus que tudo já estava consumado, exclamou em alta voz: “Está consumado!” O grande plano da salvação da humanidade, planejado na eternidade (Ef 1), anunciado a Adão e Eva logo após a queda destes em pecado, proclamado por boca de muitos profetas (Hb 1.1,2) e executado pelo próprio Filho de Deus estava consumado. Jesus bebeu o amargo cálice até à última gota. A lei foi cumprida. A culpa da humanidade foi paga. Os inimigos: pecado, morte e Satanás vencidos. Esta salvação só poderia ser executada pelo unigênito Filho de Deus e por mais ninguém. Pois, o salmista afirma: “Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate (pois a redenção da alma deles é caríssima, e cessará a tentativa para sempre)” (Sl 49.7,8). Na cruz morreu o Filho de Deus. Se ali só morresse um homem, não teríamos salvação. Mas Deus morreu ali por nós, Não o Deus Pai, mas Deus Filho. 
     Em profunda adoração, inclinamos nossa cabeça, com o centurião ao pé da cruz, para confessar: “Verdadeiramente este é o Filho de Deus.” 
Oração: “Devo agradecer-te tanto, ó Jesus, tamanha dor: chagas, agonia, pranto, penas e mortal horror. Vivo e morro consolado, por teu sangue perdoado. Grato sou por tanto amor, meu bendito Redentor” (HL 93.5)

Horst Reinhold Kuchenbecker

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