A religião cristã é a religião
absoluta, visto ser perfeita e não necessita, nem é passível de melhoramento ou
desdobramento. É dada por Deus e é precisamente com Deus a quer, para que possa
cumprir sua beneficente finalidade de salvar pecadores. Atribuindo perfeição à
cristã e um modo de ser absoluto, nem por isso queremos dizer que seja
considerada, à luz do entendimento humano, “um todo teologicamente perfeito” ou
um sistema logicamente completo e perfeito, em que não faltem elos na cadeia de
raciocínio. O conhecimento do cristão, diz o apóstolo Paulo, e nisso inclui o
seu próprio, não deixa de ser fragmentário. (1 Co 13.12): “Agora conheço em
parte”. O que o cristão conhece da sabedoria divina através da revelação
constitui apenas parte do inescrutável conhecimento de Deus.
A religião cristã, por outra, não
é perfeita ou absoluta no sentido de que constitua o sistema de moral por excelência,
embora isso, naturalmente, seja verdade. A Teologia moral das Sagradas Escrituras
é, na verdade, perfeita, porque gira em torno do perfeito amor de Deus e do
próximo, tendo-o por seu objetivo (Mt 22.37-40). Tanto nas suas exigências como
o fim a que visa é o perfeito amor, (Mt 5.48): “Portanto, sede vós perfeitos,
como perfeito é o vosso Pai celeste”. Todavia, essa moral perfeita não
constitui a essência da religião cristã; é, antes, o efeito, o fruto da fé cristã,
que o Espírito Santo implanta no coração humano pelos meios da graça; ou; como
poderíamos dizer, mais sucintamente, é o resultado do cristianismo em si. (1Jo
4.9-21; Rm12.1).
Ainda assim, a religião cristã é
absoluta, isto é, completamente perfeita e insuperável. Há, para tanto, duas
razões. Em primeiro lugar, ela não é nenhum código moral que instrua os seres
humanos da maneira como possam reconciliar-se com Deus mediante boas obras, mas
é a fé divina no admirável fato de que Deus, por Cristo, “reconciliou consigo o
mundo, não imputando aos seres humanos as suas transgressões” (2 Co 5.19).
nesse sentido, a religião cristã é absoluta, isto é, perfeita e insuperável;
pois, pelo Evangelho de Cristo, apresenta perfeita e incomparável reconciliação
à humanidade pecadora efetuada mediante a satisfação vicária do Filho de Deus,
o divino Redentor do mundo que satisfez as exigências da justiça divina e pagou
o castigo do pecado por nós em nosso lugar (Gl 4.4-5; 3.13; Is 53; 2Co 5.21).
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