VIOLÊNCIA DEGRADANTE
Levantamento divulgado nesta semana pelo Instituto Datafolha mostra que um em cada cinco brasileiros foi vítima de algum tipo de violência nos últimos 12 meses. As estatísticas sobre a criminalidade no Brasil só não são mais assombrosas do que a realidade: por trás dos números frios, estão homicídios, sequestros relâmpagos, agressões, roubos, furtos, residências invadidas e depredações _ e milhões de vítimas dos criminosos, da inoperância do poder público para contê-los e de uma legislação benevolente em demasia.
A colocação do Brasil entre os países mais violentos do planeta contrasta com a festejada ascensão social da camada expressiva da população que se beneficiou de programas de distribuição de renda promovidos pelos últimos governos. Evidentemente, seria simplório demais _ e até preconceituoso _ atribuir a criminalidade à pobreza. Mas correntes sociológicas respeitadas sempre defenderam a tese de que a desigualdade social é um fator preponderante da violência, até mesmo porque famílias carentes têm mais dificuldade para transmitir aos filhos educação e valores essenciais ao convívio social.
A impunidade tem sido apontada como um dos motivos da violência e certamente tem peso. Ninguém desconhece que o sistema judiciário e penal do país deixa a desejar, por falta de estrutura, por vagas insuficientes para os condenados, pela frouxidão da legislação e por diversos outros fatores que facilitam a vida dos delinquentes. Porém, ainda que tenha efeito dissuasivo, a punição é apenas um corretivo para a violência. O Brasil só alcançará êxito no combate à criminalidade se desenvolver mecanismos preventivos, que evitem a disseminação e o contágio de comportamentos antissociais.
Não há uma fórmula mágica para prevenir a violência, mas os países de baixa criminalidade têm em comum a formação educacional e cultural de seus habitantes. Começa pela família, passa pela educação formal, que inclui a preparação para a vida em sociedade e para a prática da cidadania. Prevenir a violência é tarefa de todos, mas cabe ao poder público, com a representatividade concedida pelos cidadãos, proporcionar oportunidades de estudo, lazer e trabalho aos jovens, de modo a reduzir o potencial de atratividade do tráfico de drogas e de outros caminhos para o crime.
A colocação do Brasil entre os países mais violentos do planeta contrasta com a festejada ascensão social da camada expressiva da população que se beneficiou de programas de distribuição de renda promovidos pelos últimos governos. Evidentemente, seria simplório demais _ e até preconceituoso _ atribuir a criminalidade à pobreza. Mas correntes sociológicas respeitadas sempre defenderam a tese de que a desigualdade social é um fator preponderante da violência, até mesmo porque famílias carentes têm mais dificuldade para transmitir aos filhos educação e valores essenciais ao convívio social.
A impunidade tem sido apontada como um dos motivos da violência e certamente tem peso. Ninguém desconhece que o sistema judiciário e penal do país deixa a desejar, por falta de estrutura, por vagas insuficientes para os condenados, pela frouxidão da legislação e por diversos outros fatores que facilitam a vida dos delinquentes. Porém, ainda que tenha efeito dissuasivo, a punição é apenas um corretivo para a violência. O Brasil só alcançará êxito no combate à criminalidade se desenvolver mecanismos preventivos, que evitem a disseminação e o contágio de comportamentos antissociais.
Não há uma fórmula mágica para prevenir a violência, mas os países de baixa criminalidade têm em comum a formação educacional e cultural de seus habitantes. Começa pela família, passa pela educação formal, que inclui a preparação para a vida em sociedade e para a prática da cidadania. Prevenir a violência é tarefa de todos, mas cabe ao poder público, com a representatividade concedida pelos cidadãos, proporcionar oportunidades de estudo, lazer e trabalho aos jovens, de modo a reduzir o potencial de atratividade do tráfico de drogas e de outros caminhos para o crime.
O Brasil só superará esta condição de violência degradante apontada pelas pesquisas quando governantes, lideranças da sociedade e cidadãos se empenharem de forma intransigente pela melhora da qualidade de vida, pela cidadania e pela responsabilização dos infratores das leis e das regras sociais.
(Extraído de Zero Hora - RBS - 11/04/2014)
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