No Credo Apostólico, confessamos que Cristo desceu ao inferno, conforme 1 Pedro 3.19. Lucas 23.43, Jesus diz ao malfeitor arrependido: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.”. Nesse texto, Jesus parece deixar claro que, depois de morrer, estaria no céu, e, no entanto, afirmamos que ele desceu ao inferno. Quando? Ou o “hoje” que Jesus disse ao malfeitor arrependido era uma medida divina do tempo, pela qual mil anos são como um dia e um dia como mil anos?
Ao dizer as palavras “hoje estarás”… Jesus se referia ao hoje de 24 horas, à medida humana de tempo. Jesus não usaria o termo “hoje” no sentido de “mil anos”, falando com quem o conheceu somente ali, na cruz, e que não tinha qualquer noção dessa linguagem escatológica. A descida de Cristo ao inferno, segundo um sermão de Martinho Lutero, citado como solução única e válida no nono Artigo da Formula de Concórdia, aconteceu no momento compreendido entre o seu reviver na sepultura e o seu ressurgir da sepultura. Note–se que, no processo da ressurreição, há dois momentos distintos, separados por um intervalo de tempo: primeiro Jesus retornou à vida ( reviveu ) dentro da sepultura depois ele saiu da sepultura ( ressurgiu ). Nesse intervalo compreendido entre esses dois momentos, foi possível a ele descer ao inferno de corpo e alma para se mostrar vitorioso e triunfar sobre o diabo. No Credo, a descida de Cristo ao inferno é confessada antes da sua ressurreição, ou seja, antes de ele sair da sepultura, o que confirma a colocação acima.
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