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domingo, 4 de junho de 2017

PENTECOSTES

 
Nós temos as primícias do Espírito (Romanos 8.23)

      Desde a queda de Adão e Eva em pecado, a morte entrou no mundo. Deus disse a Adão e Eva: Maldita é a terra por tua causa (Gn 3.17). O apóstolo Paulo afirma: Sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora (Romanos (8.22). Desde lá o anjo que não guardou o seu estado original, procura desgraçar toda a criação de Deus (Judas 6).
      Porém, em meio a este mundo cheio de angústias, sofrimentos, gemidos e morte há o início de um novo começo para um mundo que não poderá ser destruído, no qual não haverá mais pecado, nem dor, nem sofrimento, nem morte. O início desse mundo é Cristo. Ele é a “primícias”. Ele concede vida, imortalidade a todo aquele que vem a ele e crê nele. A estes Jesus confere o Espírito Santo.
     “Primícia” significa a primeira dádiva. Deus havia ordenado ao povo de Israel que no início da colheita, o primeiro corte, o primeiro feixe colhido deveria ser oferecido a Deus em gratidão pela colheita. Para lembrarem que a colheita é dádiva de Deus. Esta primeira dádiva da colheita não era uma grande porção, mas o começo, a garantia de algo que segue.
      Da mesma forma acontece com o dom do Espírito Santo que recebemos. O Espírito Santo abre nossos olhos para Cristo, nos coloca em contato com Cristo, nos fez renascer e ter parte na vida e ressureição de Cristo. Esta dádiva do Espírito Santo, ainda não em sua plenitude, é o começo daquilo que nos acontecerá no dia da ressurreição, quando seremos totalmente transformados. Esta vida nova da reconciliação ainda está oculta. Somos salvos em esperança (v.24). Vivemos em fé e ainda não no ver. Estamos ainda na carne e no mundo em trevas. Mas o Espírito Santo está presente em nós. Ele sopra onde quer. 
     Ninguém pode captá-lo ou segurá-lo, ou provar que ele existe. Nós não podemos possuí-lo completamente. Nós podemos experimentar sua ação em parte. Nós gostaríamos de estar cheios do Espírito. Nós o desejamos e pedimos em orações que ele nos livre de fraquezas. O Espírito nos ajuda em nossas fraquezas de uma maneira bem diferente do que imaginamos. Pode ser que não encontramos mais palavras para expressar o que nos pesa no coração, nem sabemos orar como convém. Então o Espírito Santo entre em nosso lugar junto ao Pai com gemidos inexprimíveis (v.26).
      Que consolo. A vida nova é, portanto, algo que está em nós. Nós a temos em fé, mesmo quando nossa razão e nossos pensamentos fracos nem o podem captar direito. A presença de Cristo em nós não depende de nossos pensamentos lógicos, nossa compreensão e nosso raciocínio, mas é como o aconchego de uma criança a sua mãe. A vida de Cristo está simplesmente presente. Não precisa de palavras e compreensão. É uma realidade, não uma ideia ou visão do mundo. Recebemos esta vida no batismo, pelo qual fomos regenerados. Esta vida é fortalecida pela palavra de Deus e firmada pela santa ceia. Expressamos isto em nosso Credo Apostólico: “Eu creio...na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna”. Temos as primícias. Este é o começo do mundo novo, da nova criação para a qual peregrinamos, guiados pelo Espírito Santo. (Baseado numa devoção do Bispo Bo Giertz).
      Ó Santo Espírito de Deus, / gracioso habitas junto aos teus;
      nos corações domina. / Celeste luz, teu resplendor
      revele em nós o seu vigor ; por tua ação divina.
      Vem dar, sem par, / vida pia / e nos guia
      ao buscarmos / tua face quando orarmos. (HL 144.1)

 
Pentecostes Imagem 2
Pentecostes

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