- Satisfeitos com o que fizemos
até aqui?
Copio alguns
pensamentos de Mário Sérgio Cortella, filósofo, escritor, educador, palestrante
e professor universitário. Ele escreveu:
“A condição humana perde substância e energia vital toda vez que se
sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão e se
rendendo à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.
O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “O animal satisfeito
dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais profundos alertas
contra o risco de cairmos na monotonia existencial e na indigência intelectual.
O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e
energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como
as coisas já estão e se rendendo à sedução do repouso e imobilizandose na
acomodação.
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação
conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade,
para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação
acalma, limita, amortece.
Por isso, quando alguém diz “Estou
muito satisfeito com meu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso?
Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto,
minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom
como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta...
Somos seres de insatisfação e
precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de
ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso
quer só para si próprio.
Nascer sabendo é uma limitação
porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar” (Pensamentos de Mário Sérgio Cortella).
Albert Einstein escreveu: “Não podemos querer que as coisas mudem, se
sempre fazemos o mesmo”.
Concordamos com estes pensamentos?
Mudar para
aperfeiçoar, para dinamizar e obter melhores resultados? Criatividade? – Sim?
1. Em relação à justificação (salvação)
Nada a mudar ou a aperfeiçoar! Reconhecemos e cremos que a
salvação providenciada por Deus é perfeita, completa e absoluta. A obra de
Jesus Cristo é perfeita. Assim, todo o que crê em Jesus Cristo está salvo. Não
há nada que nós podemos fazer para sermos salvos. A justificação é graça
perfeita de Deus.
Ninguém deve querer aperfeiçoar a doutrina bíblica para
adaptá-la à cultura atual. A Palavra de Deus é imutável e não sujeita a
aperfeiçoamentos. Pois, ela é palavra inspirada por Deus e é perfeita,
infalível e suficiente para a humanidade.
2. Em relação à santificação (vida do cristão), o
que podemos dizer?
Os cristãos não são perfeitos e há “espaço” para crescerem.
Necessitam da ação do Espirito Santo para serem capacitados para uma vida de
santificação. Deus quer que a
santificação seja um processo contínuo e crescente de aperfeiçoamento da vida
do cristão. Para tal, o cristão busca crescer no conhecimento da Palavra de
Deus, e em oração se coloca sob a orientação de Deus para o desenvolvimento de
uma vida consagrada ao Senhor.
Em todos os
aspectos da vida (individual, na
família, na igreja, no trabalho e na
sociedade) sempre há a possibilidade e, talvez, a necessidade de
reavaliarmos o que estamos fazendo, tendo como objetivo a evolução para melhor
e para não cedermos “à sedução do repouso
e imobilizando-se na acomodação”, com escreve Mário Sérgio Cortella.
Deus deseja que os cristãos cresçam em conhecimento, fé e
que sejam criativos e dinâmicos no trabalho do Reino de Deus. O argumento: “Sempre trabalhamos assim” pode não ser
válido. O argumento “Sempre foi assim”
pode ser impedimento para a inovação, aperfeiçoamento de melhores estratégias e
métodos de trabalho visando a geração de melhores resultados.
A palavra de Deus e os Sacramentos são os meios da graça
disponíveis para elevar nossa vida de consagração - com a inspiração,
fortalecimento e direção do Espírito Santo.
Palavra de Deus mostra:
a)
Cl 3.10 – Cristãos são refeitos em conhecimento: “E
vos revestistes do novo homem que se refaz
para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que os criou”.
b)
Ef. 4.24 – Refeitos
em justiça e retidão: “E vos revistais do novo homem, criado segundo Deus,
em justiça e retidão procedentes da verdade”. É a prática
do conhecimento adquirido. É uma vida de santificação crescente. Na medida
em que o cristão adquire maior conhecimento, com a ajuda do Espírito Santo, ele
cresce em vida de santificação.
c)
Jo 8.34; Gl 5.13, Gl 5.1 – Refeitos em liberdade: “Para
a liberdade foi que Cristo vos libertou.
Permanecei, pois, firmes e não vos submetais de novo ao jugo de escravidão”.
É importante que cresçamos no conhecimento, na fé e
consagração ao Senhor e ao serviço do seu Reino. Que o Espírito Santo nos
inspire, guie e capacite para uma abundante e crescente santificação para
servirmos com eficácia e eficiência no Reino de Deus.
Pastor Martinho Sonntag
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