Reflexão: Jo 17.1-5 -
Glorifica o teu Filho
“Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao
céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te
glorifique a ti, assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim
de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti,
o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu te glorifiquei
na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e, agora,
glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes
que houvesse mundo”. (João 17.1-5).
Na noite de quinta-feira santa (em
doenças), quando Jesus havia acabado de instituir a Santa ceia, ele começou a
orar em voz alta. Ele disse: Pai, é chegada a hora; glorifica o teu Filho, para
que o Filho te glorifique a ti. Era chegada a hora marcada, cuidadosamente
preparada pelo Pai desde a eternidade, como o apostolo Paulo o atesta: (Ele)
nos escolheu nele antes da fundação do mundo (Efésios 1.4). Esta hora foi
anunciada em minúcias por muitos profetas, durante quatro mil anos. Esta hora
foi ansiosamente esperada por tantos fiéis, por reis e profetas (Lc
10.24).
Chegara a hora do sofrimento, da paixão e
da morte de Jesus. A hora em que a serpente feriria o descendente da mulher (Gn
3.15), pensando, em sua ilusão, que venceria. Este atrevimento trouxe a derrota
a Satanás. Jesus lhe esmagou a cabeça, libertando desta forma os que andavam
pelo vale da sombra da morte (Sl 23.3). Jesus veio para destruir as obras do
diabo (1 Jo 3.8). A hora da luta final chegara. Jesus se prepara com oração
para este momento. Orou ao Pai: Glorifica o teu Filho, para que o Filho te
glorifique a ti. Que glória é essa?
Vejamos exemplos. A glória de um atleta são suas lutas e vitórias. A
glória de um carpinteiro é sua obra, uma mesa, um armário, etc. A glória de
Jesus é seu sofrimento, sua morte, sua ressurreição, sua obra salvífica, a
salvação da humanidade. Sim, Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele
crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).
O mundo, desde a queda
de Adão
e Eva, está deitado em pecado, escravizado por Satanás, condenado à eterna
condenação. Por mais que se elogie a sabedoria e a honra do ser humano, ele
está perdido. Ninguém o pode salvar. A justiça de Deus é fulminante: A alma que pecar, essa morrerá (Ezequiel
18.20). Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no
Livro da lei, para praticá-las (Gálatas 3.10).
Deus, por ser um Deus justo, não
pode voltar atrás. Anjos não podiam ajudar. O homem não pode se ajudar a si
mesmo, ele estava eternamente perdido. Mas eis que o Filho de Deus se
prontificou a sofrer pela humanidade e libertá-la. Por seu sofrimento a
libertou. Possibilitou a volta do pecador a Deus. O restabelecimento da
comunhão com Deus, pela fé na graça de Cristo.
É isto o que agora mais apreciamos,
louvamos e glorificamos em Deus, sua obra salvífica por Cristo. Que Deus nos
amou e salvou por seu Filho unigênito, Jesus Cristo. Esta é a glória de Jesus:
Sua obra salvífica. Todos os feitos de Deus, a criação, a manutenção, os
milagres são gloriosos, mas nenhuma obra divina é tão gloriosa e glorifica e o
Pai e o Filho como este feito da salvação da humanidade, a salvação pela cruz.
Esta glória o mundo não vê. Os fariseus, Pilatos, Herodes não a viram, apesar
de terem Cristo diante de seus olhos. Até os discípulos ficaram perturbados
diante da humilhação de Cristo. Somente no dia de Pentecostes, quando o
Espírito encheu seus corações e os iluminou, compreenderam as Escrituras e a
magnitude da obra de Cristo.
Ainda hoje muitíssimos não veem a glória de
Cristo. O malfeitor na cruz, no entanto, viu a glória de Cristo. Em adoração
suplicou: Jesus, lembra-te de mim quando
entrares no teu reino (Lc 23.42). Ele viu, mesmo no momento da maior
humilhação, que este a seu lado, era seu Salvador, no qual encontrou perdão,
vida e eterna salvação. Isto não lhe foi revelado por carne e sangue, por sua
inteligência, seu raciocínio, mas o Espírito Santo o lembrou do que aprendera
na infância, comparando isto com o que ouviu de Jesus e viu nele, o Espírito Santo
o conduziu ao arrependimento e a fé na graça de Cristo.
É chegada a hora, glorifica o teu Filho.
Os discípulos confessaram mais tarde: Vimos a sua glória, glória como a do
unigênito do Pai (Jo 1.14). E Jesus lhes havia dito: E a vida eterna é esta:
que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste (João 17.3).
Diz
Jesus, Senhor bondoso: / Minha glória abandonei / por amor ao Pai gracioso; /
ao desprezo me entreguei / para serdes redimidos / de pecado e maldição; /
trouxe, pois, a vós perdidos / sempiterna salvação. (HL 86.1).
Pastor
Horst Kuchenbecke
0 comentários:
Postar um comentário