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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Lei e Evangelho

A definição entre Lei e Evangelho é feita pelas próprias Sagradas Escrituras. Porque o termo Lei é, às vezes, empregado para designar toda a Palavra de Deus ou cada doutrina revelada na Bíblia (Sl 1.2; 19.7; 119.97). Ainda assim, no seu sentido próprio e mais restrito, o termo tem uma significação distinta. Assim também o termo Evangelho, vez que outra, é aplicado à doutrina total da Bíblia (Mc 1.-15; Fp 4.15). Contudo, em sua acepção restrita, cada um desses termos apresenta uma mensagem definida, que não se deve identificar com todo o conteúdo das Escrituras. Por isso, tomando-se no sentido próprio ou restrito, a Lei não é Evangelho, nem tampouco o Evangelho é Lei, mas ambos são opostos.

Definições precisas que se dêem de ambos, logo comprovarão isso. A Fórmula de Concórdia assim define a Lei: “A Lei é propriamente uma doutrina divina que ensina o que é justo e agradável a Deus e condena tudo o que é pecado e contrário à vontade de Deus.” A mesma confissão define o Evangelho em seu sentido restrito da maneira que segue: “O Evangelho é propriamente uma tal doutrina que ensina o que deve crer o ser humano, que não cumpriu a Lei e por ela é condenado, a saber: que todos os pecados Cristo expiou e pagou e, sem nenhuma mérito da sua parte, para ele obteve e adquiriu o perdão dos pecados, a justiça de Deus e a vida eterna.” Essas definições estão de acordo com as Escrituras e mostram claramente a diferença fundamental entre a Lei e o Evangelho.

O quanto essa diferença é essencial, torna-se evidente do fato de que as Sagradas Escrituras, expressamente excluem a Lei do terreno da salvação. É sua declaração formal: “Pela graça sois salvos. [...] Não vem de obras.” (Ef 2.8,9). “Visto que ninguém será justificado diante dele por obras.” (Rm 3.20). “Concluímos, pois, que os ser humano é justificado pela fé, independentemente das obras da Lei.” (v.28).
É preciso que o cristão observe conscientemente essa distinção entre Lei e Evangelho, que vem tão claramente ensinada nas Escrituras, não enfraquecendo a força condenatória da Lei, nem diminuindo o conforto salvador do Evangelho. é preciso que declare sem restrição toda a culpa e condenação de pecado que a Lei revela. Da mesma forma, o cristão proclamará, também, inteiramente e sem nenhuma restrição, toda a consolação do Evangelho com sua oferta incomprável da graça divina, do perdão e da vida eterna.

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