Tema do livro: Depois de estar cativo na Babilônia por algumas décadas, o povo de Deus retornou a Jerusalém. Um de seus líderes era Esdras. Este livro contém a admoestação que Esdras fez ao povo para que este seguisse e honrasse a lei de Deus.
O autor do livro é provavelmente o próprio Esdras, escrito por volta da metade do quarto século antes de Cristo. Empregou documentos existentes para fazer uma crônica dos acontecimentos que ele não presenciou pessoalmente. Duas seções do livro estão escritas em aramaico (4:8 - 6:18 e 7:12-26). Este idioma semítico era empregado comumente em todo o Oriente Próximo naquela época.
Este livro contêm quase tudo o que se sabe da história dos judeus entre o ano de 538 a.C., quando Ciro, o persa, conquistou Babilônia, e o ano de 457 a.C., quando Esdras chegou a Jerusalém. Nota-se a conexão de 1:1-3 com o final do livro das Crônicas.
Observa-se que a mão de Deus faz com que o rei Ciro permita aos judeus regressar do exílio babilônico a fim de reconstruir o templo em ruínas. Contudo, muitos foram os judeus que preferiram as comodidades da civilização babilônica aos reveses da Judéia açoitada pela pobreza. Os que voltaram, começaram a dar prioridade a Deus, embora tenham permitido que o inimigo fizesse paralisar a reedificação do templo e da cidade. Decorridos dezesseis anos, verificou-se o avivamento em virtude da pregação de Ageu e de Zacarias, e o templo foi completado por volta do ano de 516 a.C., a despeito de novas oposições.
No ano de 437 a.C. interrompe-se um silêncio de quase sessenta anos, com a chegada de Esdras, comissionado pelo rei persa para ensinar a lei judaica e pô-la em vigor. Esdras reuniu uma nova geração de exilados para o acompanharem e realizou a perigosa viagem sem escolta. Quase de imediato se vê às voltas com o problema suscitado pelos casamentos entre judeus e pagãos, e depois de oração e confissão, pôde conseguir o apoio da maioria do povo mediante um profundo exame deste escândalo, inspirando as pessoas a fazerem uma nova aliança com o Senhor.
O livro demonstra a forma pela qual Deus emprega os governantes pagãos para cumprir seus fins, proporcionando ânimo e ao mesmo tempo advertência ao povo de Deus. Podem estar atemorizados pela oposição, quando Deus quer que avancem; talvez estejam contentes com os padrões de vida do mundo pagão; ou, talvez, tenham a mesma fé revelada por Esdras e pelos profetas.
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