TEMA DO LIVRO: Este
livro apresenta um diálogo entre Deus e Habacuque sobre a justiça e o
sofrimento.
Nada se sabe acerca do profeta
Habacuque, com exceção das qualidades pessoais que podemos discernir em seus
escritos. Várias datas têm sido sugeridas para este livro, mas o período mais
provável é o que se encontra entre o ano de 605 a.C., data da vitória de
Nabucodonosor sobre os egípcios em Carquemis, Síria, e o ano de 597 a.C.,
quando os exércitos babilônios invadiram Judá.
Habacuque, o profeta-filósofo,
perturba-se com a gravíssima iniquidade de Judá. Mas, em contraste com seu contemporâneo
Jeremias, sente mais pela aparente relutância de Deus em julgar, do que pela
falta de arrependimento do povo. A destruição, a violência e a falta de
consideração pelas leis divinas florescem sem que ninguém as refreie, apesar
das ardentes petições do profeta pedindo a intervenção divina.
Deus responde a Habacuque que dentro
em breve ele receberá a resposta; os ferozes e ímpios caldeus (babilônios)
serão a vara de Deus que açoitará a Judá diante dos próprios olhos de Habacuque.
Em vez de aliviar a carga do profeta,
esta resposta torna-a mais pesada, ficando Habacuque angustiado por um novo e
mais espinhoso problema: Como pode Deus, cujos olhos são tão puros que não podem
contemplar o mal, permanecer em silêncio enquanto uma nação ímpia, sedenta de
sangue, destrói uma nação mais “justa” que ela? O profeta procura um lugar
solitário para esperar a resposta de Deus.
A resposta vem mediante uma das mais
sublimes declarações das Escrituras Sagradas: o justo pela sua fé (ou fidelidade) viverá que será reafirmado posteriormente pelo apóstolo Paulo; o
justo será preservado no dia da angústia, porque dependeu de Deus; certa e
repentina será a retribuição dos invasores cheios de soberba, que compreenderão
que a tirania não faz sentido e a idolatria é uma inutilidade. A resposta
finaliza com um mandamento de silêncio universal diante do Deus soberano.
Com a convicção de que a justiça
triunfará, o profeta eleva seu coração numa oração rogando a Deus que realiza
uma obra maravilhosa como a que realizara no Êxodo e no monte Sinai. Depois de
descrever o majestoso esplendor do Onipotente, Habacuque reafirma sua confiança
no Deus de sua salvação, por meio de uma das mais emocionantes confissões que
encontramos nas Escrituras Sagradas.
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