A Crise
Autor:Luiz Almeida Marins
Filho.
Um homem vivia à beira de uma estrada
e vendia cachorro quente. Ele não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas
produzia e vendia bons cachorros quentes. Ele se preocupava com a divulgação do
seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz
alta e o povo comprava. As vendas foram aumentando e cada vez mais ele comprava
o melhor pão e a melhor salsicha. Foi necessário também adquirir um fogão maior
para atender à grande quantidade de fregueses e o negócio prosperava. Seu
cachorro quente era o melhor de toda região! Vencedor, ele conseguiu pagar uma
boa escola ao filho. O menino cresceu e foi estudar Economia numa das melhores
faculdades do país.
Finalmente, o filho, já formado,
voltou para casa, notou que o pai continuava com a vidinha de sempre e teve uma
séria conversa com ele: - Pai, então você não ouve rádio? Você não vê televisão
e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso país é
crítica. Está tudo ruim. O Brasil vai quebrar. Depois de ouvir as considerações
do filho estudado, o pai pensou: "Bem, se meu filho estudou economia, lê
jornais, vê televisão, então só pode estar com a razão." Com medo da
crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, o pior) e
começou a comprar salsicha mais barata (que era, também, a pior). Para
economizar, parou de fazer seus cartazes de propaganda na estrada. Abatido pela
notícia da crise, já não oferecia o seu produto em voz alta... Tomadas todas
essas "providências", as vendas começaram a cair e foram caindo,
caindo, e chegaram a níveis insuportáveis. O negócio de cachorro quente do
velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar Economia,
quebrou. O pai, triste, então falou para o filho: - Você estava certo, meu
filho, nós estamos no meio de uma grande crise. E comentou com os amigos,
orgulhoso:- Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar Economia. Ele me
avisou da crise...
Moral
da história: Conclua
você mesmo.
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