Solte-nos Barrabás!
Naquela ocasião, tinham eles um preso muito conhecido, chamado Barrabás. Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo? Porque sabia que, por inveja, o tinham entregado... Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus (Mateus 27.16-20).
Barrabás ou Jesus? Diz um ditado: Voz do povo, voz de Deus. Raras vezes ou nunca, isto é certo. Desta vez, a voz do povo, por mais injusta, era a voz de Deus. Pois Deus fez aquele que não conheceu pecado, pecado por nós (2 Coríntios 5.21).
Pilatos luta para soltar Jesus. Conferenciou com os sacerdotes e anciãos, mas em vão. Não conseguiu nada. Nisto aparece uma delegação do povo, pedindo que fizesse conforme o costume e lhes soltasse um dos presos. Para que o povo se lembrasse de seus anos de cativeiro no Egito. Deus havia ordenado ao povo de Israel que tratasse bem o estrangeiro (Deuteronômio 10.19). Dali evoluiu o costume de soltar um preso, por ocasião da Páscoa judaica. Os romanos, para ganhar o favor do povo, consentiram neste costume.
Na cadeia estava, recentemente preso, um assassino e agitador muito perigoso, chamado Jesus Barrabás, ou só Barrabás. “Bar”, em hebraico, significa filho, “Aba”, significa pai. Era um título honorífico: Filho do Pai. Talvez Barrabás fosse filho de um cidadão honrado, de um mestre ou nobre. Mas que se desviou do caminho do bem, enveredando pelo caminho do crime. Agora estava preso.
Pilatos colocou Jesus e Barrabás diante do povo, pedindo que o povo decidisse a quem deveria soltar? Que injustiça, colocar um inocente, a quem cabia liberdade e a proteção por parte do governo, ao lado de um criminoso, que merecia a condenação, a morte.
Agora cabia ao povo tomar a decisão. O povo, que dias atrás, havia aclamado a Jesus como Rei, cantando: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas! (Mateus 21.9), e ao mesmo tempo não deu ouvidos a sua mensagem, para arrependimento e fé, agora deveriam decidir. Pilatos deu-lhes tempo para a decisão. Não poderia haver dúvidas. Barrabás eram um bandido temido em toda a Jerusalém e Judéia. Jesus era um homem de bem. Pilatos estava informado a respeito de Jesus e dos últimos acontecimentos, como da ressurreição de Lázaro. Notícia que se divulgou em toda a Jerusalém. Mas os fariseus e anciãos aproveitaram o pequeno tempo para instigar o povo a pedirem Barrabás. De repente a voz do povo se levantou, para o espanto de Pilatos. O povo gritou: Barrabás. Solte-nos Barrabás.
Espantado Pilatos perguntou ao povo; Que farei com Jesus? E a resposta soou imediatamente: Crucifica-o! Crucifica-o! O coração humano é inimigo de Deus.
Ali está não só o que o juiz Pilatos fez, mas o que Deus fez em nosso favor. O justo, Filho de Deus, foi condenado e crucificado em nosso lugar e favor, para que nós, miseráveis pecadores, fossemos absolvidos e libertados, pois, Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões (2 Co 5.19).
Em meu Jesus confio, / porquanto me remiu; / por sua luz me guio; / as trevas destruiu. / Seu sangue tão precioso / de todo me lavou. / Meu Salvador gracioso / a vida ame legou. (HL 374.1)