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terça-feira, 21 de março de 2017

ARTIGO

 
Hoje, três vezes me negarás.

      Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo. Então, Pedro, saindo dali, chorou amargamente (Lucas 22.61-62).
Enquanto Jesus estava sendo interrogado no palácio do sumo sacerdote, sofrendo o escárnio e a zombaria, lá fora no pátio o apóstolo Pedro estava sendo arduamente atacado por Satanás, e caiu. A queda foi triste. Tão triste, que todos os evangelistas a relatam minuciosamente. Eles relatam este fato não para difamar o apóstolo Pedro, mas para nossa mais severa advertência e consolo. Por isso é necessário que demos muita atenção a este acontecimento.
      Quando Jesus foi preso, todos os discípulos fugiram. Passado o primeiro susto, dois discípulos, João e Pedro, mudaram de ideia.
      Cada qual seguiu sozinho seu caminho. Eles foram ao palácio do sumo sacerdote para ver o que aconteceria a Jesus. João tinha amigos no palácio e conseguiu entrar fácil. Pouco depois veio Pedro, mas encontrou o portão do palácio fechado. Vendo-o João, foi falar com uma empregada que o deixou entrar. João pensou estar prestando um bom auxílio a Pedro. Também boas intenções, podem resultar, por vezes, em situações complicadas. No interior do palácio, João seguiu seu caminho. Pedro, sendo desconhecido neste lugar, preferiu ficar no pátio e assentou-se junto aos soldados.
        Faz pouco, Pedro fora repreendido pelo Mestre por lançar mão da espada.  Agora, novamente, sem ordem do Mestre avança e segue um caminho por conta própria. Não lembrou a advertência de Jesus: Esta noite me negarás. Se temos a ordem de Jesus para ir a lugares difíceis, não devemos temer. Assim os apóstolos testemunharam mais tarde diante de reis e imperadores. Mas Pedro não tinha ordem para seguir Jesus ao palácio do sumo sacerdote. Satanás aproveitou a oportunidade e tentou arruiná-lo.
       Pedro sentou-se na roda dos escarnecedores. Nisso passou ali uma empregada e, vendo-o, disse: Este também estava com Jesus. Podemos imaginar o susto que Pedro levou. Ele começou imediatamente a se defender, dizendo: Mulher, não sabes o que estas dizendo. Como é fácil cair. Uma pequena palavra pode arruinar tudo. “Este também estava com ele”. Poucas e simples palavras que encheram a alma de Pedro de pavor e medo.
       Pedro saiu dali. Depois voltou para o fogo, e para disfarçar conversou com os soldados. Tendo passado uma hora, um homem olhou para ele disse: Também este verdadeiramente estava com ele, porque também é Galileu. Pedro respondeu: Homem, não compreendo o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo. Então, voltando-se o Senhor, ficou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje três vezes me negarás, antes de cantar o galo. Então Pedro, saindo dali, chorou amargamente. (Lc 22.60-62). As palavras de Jesus: Depois de te arrependeres, fortalece os irmãos (Lc 22.32), evitaram que ele desesperasse. As palavras de perdão de Jesus, às quais Pedro de apegou o reergueram.
A Escritura admoesta: Quem está de pé, veja que não caia (1 Co 10.12). Infelizmente muitos que estavam de pé, pessoas cheios do Espírito Santo e abundantes na obra do Senhor, caíram. Por isso o salmista pede fervorosamente a Deus: Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano (Salmos 143.10). E: Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário (Salmos 51.10-12).
       Pedro não havia dado a devida atenção às palavras de Jesus e se colocou em tentação. Quantas vezes isto já aconteceu conosco. Mas Jesus orou por ele (Lc 22.32), como ainda ora por nós, e nós oramos por nossos irmãos: Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.
       Abismado em meu pecado, / clamarei a ti, Senhor. / Olha o pranto e o desencanto / deste pobre pecador / para amar-te e contemplar-te / com a corte celestial. (HL 345.1).

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