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sábado, 28 de março de 2020

SILÊNCIO NO MUNDO


A terceira guerra mundial será com a bomba atômica e a próxima com paus e pedras, como no tempo das cavernas. Nos enganamos redondamente, ou melhor, “coronamente”! Mas, uma coisa acertamos, voltamos para as cavernas, cada um escondido no seu refúgio. E agora não adianta buscar culpados. Aliás, esta história é antiga. “A mulher que me deste me fez comer a fruta”, desculpou-se Adão ao Criador. “A cobra me enganou, e eu comi”, desconversou a Eva diante de Deus. Por isto, antes que alguém ouse apontar o dedo para cima e dizer que Deus é o culpado deste vírus e de todas as desgraças, é preciso ouvir um incrível (crível para muita gente) decreto dos céus: “Tudo bem! Eu assumo a culpa de todos vocês, eu mesmo vou pagar por todas as maldades de vocês, e farei isto através do meu sacrifício na cruz. Pronto, está resolvido!”.
E nestas horas, bem naquele dia quando lembramos que “o sol parou de brilhar, e uma escuridão cobriu toda a terra” e que “Jesus gritou bem alto: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23.44-46), exatamente nesta sexta-feira chamada santa, vamos ter muito tempo para refletir que “Deus amou o MUNDO de tal maneira” (João 3.16). E, se não pudermos nos presentear com ovos de chocolate, pouco importa. Ao menos poderemos fazer o que interessa, trancados dentro de casa, sozinhos ou com a família – festejar que alguém ressuscitou e que todas as coisas estão debaixo do domínio de Deus (1 Coríntios 15.28).
Esta fé, no entanto, não autoriza entrar na cova dos leões. É preciso aceitar que o perigo é grande e obedecer às recomendações sanitárias. Se alguém acredita que Deus nos livrará de doenças mortais (Salmo 91.3) e basta a fé para estar protegido contra este vírus, é bom lembrar que o Diabo usou este mesmo Salmo quando tentou Jesus para ele se jogar de cima do Templo. Não é por nada que as igrejas também estão fechadas, no entendimento da resposta do Salvador ao pai da mentira, que não devemos colocar à prova o Senhor Deus (Mateus 4.7).
Diante disto, se as notícias são alarmantes e o futuro é incerto, o pavor só piora as coisas. Quando o pânico tomou conta do coração dos discípulos naquele barco quase afundando no meio da tempestade, Jesus se levantou, falou duro com o vento e disse ao lago: – Silêncio! Fique quieto! (Marcos 4.39). Hoje o mundo está em silêncio pela mesma razão.
Marcos Schmidt
98162-1824
pastor luterano
marcos.ielb@gmail.com

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