TEMA
DA CARTA: Tiago aconselha os cristãos a viverem na prática sua fé e, além
disso, oferece ideias sobre como isso pode ser feito.
A epístola diz ter
sido escrita por Tiago. O Novo Testamento menciona três pessoas com este nome.
Todavia, a igreja cristã atribui a Tiago, filho de José e Maria, e irmão do
Senhor Jesus Cristo, a paternidade literária desta epístola. Tiago, em seus
ensinos, apresenta notável semelhança com nosso Senhor. Uma comparação desta
epístola com o sermão do Monte revela, pelo menos, doze paralelismos evidentes.
Eleito moderador da igreja de Jerusalém, na época posterior ao Pentecoste,
Tiago imprime a esta epístola uma nota de autoridade modesta. Seus 108 versículos contém 54 mandamentos.
Imitando
o estilo da literatura de sabedoria do Antigo Testamento, mas com evidentes
pressupostos cristãos; Tiago escolhe o tema da "religião pura"
(1:27), a religião do amor divino experimentado no coração. Mostra que a
religião pura é posta à prova pelas tentações e pelas dificuldades dos fiéis, e
de si mesma põe à prova a natureza humana. Estas experiências positivas e
negativas da religião pura revelam o contraste entre as qualidades espirituais,
da sabedoria benéfica e da falsa, da fé verdadeira e da falsa, do eu espiritual
e do eu carnal, e da confiança verdadeira e da desleal.
Inequivocamente
cristã em seu reconhecimento das reivindicações de Cristo (1:2; 2:1, 7), e em
sua referência à segunda vinda (1:12; 5:7, 8) e à regeneração pessoal mediante
a fé (1:18-21), a epístola lembra-nos os ensinos da assim chamada literatura de
sabedoria presente em Jó, em alguns dos Salmos, em
Provérbios e em Eclesiastes. Coloca o bem e o mal em justaposição e faz
referência basicamente ao tema da religião pura e da religião falsa.
O
autor tem em mente os crentes fiéis que constituem exemplos da "religião
pura" nas provações e reveses da vida. A estes ele anima. Tiago leva em conta
também os mais carnais e egoístas, cuja conduta demonstra que não saíram bem-sucedidos
da prova da "religião do coração, quer seja posta à prova na vida dos
fiéis ou pondo a prova e julgando a vida das pessoas carnais”.
Tiago
emprega repetidas vezes o paradoxo ao afirmar a superioridade dos valores
espirituais tão comumente descumpridos. Por isso fala-nos de dois tipos de eu.
Observamos isso à medida que o assunto se desenvolve. Tiago é prático. O
primeiro capítulo, que nos fala do programa de Deus no que concerne à
santificação do crente, apresenta em miniatura os temas que serão ventilados
com maior amplitude nos capítulos restantes.
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