Foram apressadamente e acharam Maria e José, e a criança deitada na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram o que se lhes havia dito a respeito do menino... Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração” (Lc 2.16,17,19).
       Os pastores foram apressadamente e acharam Maria e José, e acriança deitada na manjedoura.
       Na pequena cidade de Belém da Judéia, rica em história do povo de Israel. Ali, numa estrebaria, Maria e José se abrigaram, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Ali nasceu Jesus, o Rei dos reis, Senhor dos senhores. Que humilhação.
       O apóstolo Paulo escreve: “Aquele que foi manifestado na carne”, Jesus, o eterno Filho de Deus vem ao mundo em profunda pobreza. Não há lutar para ele. O Criador e Mantenedor de céu e terra, “vem para os seus, mas os seus não o receberam”. Ele é deitado numa manjedoura. E hoje? Será que está encontrando melhor recepção? Ele quer habitar em todos os corações, no teu e no meu.
       Sua pessoa, Deus e homem, é um mistério. A razão humana jamais o compreenderá. Só é possível, recebe-lo em fé.
       Também sua obra redentora é um profundo mistério. A razão humana não o compreende. Jesus, o eterno Filho de Deu se humilha tão profundamente, a nascer da pobre virgem Maria. Uma moça temente a Deus, mas ela tem sua natureza pecadora como nós. Mesmo assim, abriga em seu seio o eterno e santo Filho de Deus. Ele nasceu sob a lei. Ele nasceu sem pecado. Cumpriu, como substituto de toda a humanidade, a lei de Deus. Ele foi feito pecado por nós. Isto é, ele tomou sobre si os pecados de toda a humanidade. E Deus Pai derramou sobre ele o juízo que nós merecemos. “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, e nos confiou a palavra da reconciliação” ( 2 Co 5.19).
      O mistério de sua obra: Deus morreu em Cristo por nós, é incompreensível. A razão humana não o consegue captá-lo, nem o aceita. Muitos dizem: Na cruz só morreu Jesus, como homem. Lutero afirma: “Se na cruz só morreu um homem, não temos salvação e ainda permanecemos em nossos pecados; mas se na cruz morreu Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, então “seu sangue nos purifica de odos os pecados”. A partir da manjedoura, a história progrediu. Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, como nosso substituto, cumpriu perfeitamente a lei, pagou o preço pelos pecados de toda a humanidade, os teus e os meus. Morreu na cruz. Ressuscitou no terceiro dia. 
Subiu aos céus. Está assentado à mão direita de Deus Pai. Ele disse a seus discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28.20). Quando o último dos eleito se convertera Cristo, Jesus voltará em glória, para julgar vivos e mortos.
       Este mistério, os pastores contemplaram na manjedoura. Seus olhos só viram a criança deitada na manjedoura. Em seus ouvidos soava a mensagem dos anjos:” Hoje vos nasceu o Salvador, que é Cristo o Senhor”.
      Sim, o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Vimos a sua gloria como glória do unigênito do Pai. “Todos quando o receberam (individualmente em fé), deu-lhes o poder de serem filos de Deus; a saber: aos que creem no seu nome” (Jo 1.11-14). O apóstolo Pedro escreve: “Depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinado anjos, e potestades, e poderes” (1 Pe 3.22). E o apóstolo Paulo escreve: “Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” ( 1Co 1.18). Nesta certeza desejamos a todos um abençoado Natal, no menino que nasceu, no Filho de Deus a quem tudo está subordinado.
       Cante o povo resgatado / glória a Deus, Senhor da paz, / pois, em Cristo revelado, / vida e luz ao mundo traz. Nasce, a fim de renascermos, / vive, para revivermos, / Rei, Profeta e Salvador! / Louvem todos o Senhor! / Toda a terra e os altos céus / cantem sempre glória a Deus. (HL 25.3)