Tema da epístola: Judas adverte a seus leitores sobre a má influência de pessoas alheias à irmandade dos cristãos.
Segunda a tradição, Judas é o irmão
de Jesus (Mateus 13:55) que se tornou crente só depois da ressurreição (João
7:5; Atos 1:14), e cujo irmão, Tiago, foi o primeiro personagem dirigente da
igreja primitiva (Atos 15:13; Gálatas 1:19). Isto concorda com a referência que
Judas faz de Tiago (ver.1) como se este fosse amplamente conhecido. Pode-se
sugerir uma data entre os anos 70 e 80 d.C., para a escrita desta carta. A
epístola guarda relação particularmente íntima com a segunda epístola de Pedro,
e é provável que ambas as cartas fossem dirigidas ao mesmo grupo de cristãos. Os
males que 2º Pedro (2:1; 3:3) prediz são descritos em Judas (vers. 4, 8, 19)
como se houvessem já ocorrido, levando a crer que a carta de Judas foi escrita
depois de 2º Pedro.
A epístola de Judas foi escrita como
advertência contra certos cristãos nominais que ameaçavam prejudicar e destruir
a comunhão dos crentes, mediante seu caráter e conduta imorais. Os que seguiam
seus passos receberiam o justo castigo de Deus. Na realidade, o Antigo
Testamento dá testemunho de cinco juízos de Deus contra tais pecados praticados
por estas pessoas (vers. 5-11). Como se quisesse acentuar o fato de que tais
pessoas estavam prestes a sofrer a ira de Deus, Judas acrescenta uma descrição
de doze pontos acerta da culpa (ver. 12-16).
Em contraste com a atitude mundana e
destruidora dos falsos mestres, o crente deve demonstrar amor espiritual e
construtivo. Lembrando a misericórdia de Cristo para com eles, devem também
demonstrar misericórdia para com os que estão afundados nestes males, com o
objetivo de salvá-los (ver. 12-23).
Além do uso que faz do Antigo
Testamento, Judas demonstra conhecer a atual tradição judaica. (Referências em
Judas 9, 14, embora não se encontrem no Antigo Testamento, acham-se em outros
escritos judeus da época). A formosa doxologia (ver. 24, 25) é especialmente
apropriada para os que estão passando por grandes tentações.
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