SBB

domingo, 4 de fevereiro de 2018

MENSAGEM

 
Lucas 16.16
        A lei e os profetas vigoraram até João; desde esse tempo vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele.
      Com o tempo de epifania, ao João Batista apontar para Jesus e dizer: Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (João 1.38), iniciou na Igreja um novo tempo, a saber, o Novo Testamento, com isso o Antigo concerto, ou testamento, chegou ao fim, foi abolido. [Observação: O que significa abolido? Chegou ao fim. Não vale mais. A lei moral, no entanto, inscrita nos corações, vale para todos os tempos. Mas, lei não salva. Ela mostra que precisamos de um salvador. Abolido, não significa riscar o Antigo Testamento da Bíblia. Cristo é o centro também no Antigo Testamento, que, com sua vinda cumpriu a lei, reconciliou a humanidade com Deus. E Deu fez um Novo Testamento com a humanidade. Mesmo assim, as histórias do Antigo Testamento nos são úteis em nossa vida santificada. O centro do Novo Testamento é Cristo e seu evangelho].
      Jesus disse aos escribas e fariseus, que contestavam sua pregação, e à multidão, entre eles publicanos e pecadores, que: A lei e os profetas vigoraram até João (Batista); desde esse tempo vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus e todo homem se esforça por entrar nele (v.16).
      Com a manifestação de Jesus como Messias, prometido no Antigo Testamento, começou o novo tempo. As leis cerimoniais, os sacrifícios e as profecias apontavam para Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos sua glória, glória como do unigênito do Pai (João 1.14). As leis cerimoniais caíram, as profecias se cumpriram em Cristo. Portanto, “a lei e as profecias vigoraram até João”. As profecias eram sombra de Cristo. Agora Cristo estava pessoalmente presente e sua mensagem, o evangelho, brilha como clara luz. Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, se não por mim (João 14.6).  Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus (Mateus 4.17). A Igreja agora é composta de judeus e gentios. Não há diferença entre eles, nem privilégios para um ou outro. A todos é oferecida a graça de Cristo para salvação.
      A multidão, ouvindo a respeito do evangelho, afluía em massa. A mensagem do arrependimento, a proclamação do evangelho, do perdão dos pecados, moveu publicanos de pecadores, rejeitados pelos fariseus, a virem a Jesus. Eles se apegavam a ele com grande júbilo e alegria. Como hoje, quando um mercado faz uma grande oferta as multidões acorrem e se apertam para entrada, querendo cada qual entrar primeiro.
      Ao mesmo tempo, devemos ter certo cuidado na interpretação dessa passagem. Pois, a maioria das religiões cristãs entende por fé a ação da pessoa no apropriar-se da graça por seu arrependimento, por sua decisão por Cristo, por sua mudança de vida, etc. Eles dão valor ao Cristo “em nós” e não tanto ao Cristo “por nós”. O evangelho, no entanto, é a mensagem do Cristo “por nós”. A proclamação do que Cristo fez e ainda faz por nós. Ele se sacrificou por nós (Efésios 1.3-6; João 3.16). Ele reconciliou a humanidade com Deus. Deus Pai, aceitou o sacrifício vicário de Cristo em favor de toda a humanidade. Cristo convida os pecadores: Vinde a mim... (Mateus 11.28). O perdoar é algo que acontece no coração de Deus. Isto acontece e é anunciado, proclamado pelo evangelho. “Perdoados são os teus pecados”, pelo sacrifício que Jesus prestou na cruz. Não é em si a fé que nos justifica. A verdadeira fé se apega à graça de Cristo, oferecida nos meios da graça, Palavra e sacramentos. A renovação do coração, o Cristo “em nós”, é fruto da fé. Por termos a fé em nossa natureza carnal, que sempre se opõem à ação do Espírito Santo em nós, por isso, a renovação tem altos e baixos e jamais pode ser o fundamento da certeza da salvação. Há momentos de fraqueza da fé em que nós nos questionamos: Será que tenho fé? Será que minha fé é verdadeira. Será que sou templo do Espírito Santo? Nesses momentos só nos cabe uma coisa, mandar nossa consciência calar e nos apegar ao que o evangelho diz: Tem bom ânimo, perdoados estão os teus pecados – quer o sinta ou não.
Alguém talvez perguntará: Onde estão hoje esses tempos em que o reino de Deus é tomado à força, isto é, em que multidões afluem ao evangelho e se alegram com a mensagem do perdão? Tais momentos, em grau maior ou menor se repetem constantemente, quer em indivíduos, quer em congregações, quer em épocas. Por vezes uma congregação experimenta grande reavivamento. De momento, nossa igreja em Moçambique está experimentando tal momento e sem dúvida em outros lugares e países também.
      Ao mesmo tempo, há também momentos bem contrários, onde nos perguntamos: Sim, onde estão? Em relação ao povo judaico, em grande decadência na época, Jesus fez a mesma pergunta: A quem hei de comparar esta geração? Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações, e não pranteastes (Mateus 11.16,17). Infelizmente, o evangelho é hoje novamente rejeitado por muitos em diversos países cristãos. Então vale a eles a palavra de Jesus: Ai dessa geração perversa e pecadora (Mateus 12.29).
      Nós, porém, que experimentamos o poder da palavra de Deus, e nos voltamos em arrependimento e fé a Jesus, apegando-nos à sua Palavra, esforcemo-nos, enquanto é dia, para ler, meditar, aprender, estudar, memorizar e nos apoderar dessa preciosa palavra do evangelho e testemunhar dela, não temendo sacrifícios. Sabendo que, no Senhor, o nosso trabalho não é vã (1 Coríntios 15.58).
Horst Reinhold Kuchenbecker

0 comentários:

Postar um comentário